E o problema persiste. Em média as mulheres, atuantes no mercado de trabalho, ganham, por vezes, cerca de 60% do valor salarial recebido pelos homens independentemente do seu desempenho. Consideremos ainda que, em casa, acumulam inúmeros afazeres domésticos e cuidado com os filhos. E, em alguns casos, é o único salário existente na família.
Pode a escola contribuir para mudar este estado de coisas? Não só pode como deve. Embora sabedores de que temos um mundo cheio de desigualdades, é importante que setores, entre eles a escola, também eduquem para combatê-las, uma vez que refletem no dia a dia escolar. Brincadeiras, atividades que envolvam meninos e meninas como um grupo único, discussão sobre o assunto, assim como a participação da família, são atitudes que, pouco a pouco, vão minimizar as diferenças e aproximar os gêneros.
Segundo Daniela Auad, no seu livro Educar meninos e meninas: relações de gênero na escola, “A escola é um espaço de reprodução. Aproxima mundos e mistura habilidades. Dentre as sugestões dadas por ela, está a formação de meninos e meninas participando de uma mesma atividade, onde os gêneros interagem em iguais condições.
Respeitando as características de cada um, crianças e adolescentes vivenciam momentos onde a interação não destaca os gêneros. Eles serão os legisladores do futuro. Irão determinar atuações, bases salariais num patamar em que não haja discriminação, mas apenas o valor do desempenho.