Em casa – Os apelidos, aparentemente inofensivos, são o início de rótulos e humilhações. “Gordinho, molenga, magricela; não sei a quem você saiu; por que seu irmão faz e você não?” são falas que geralmente vêm de casa. Aparentemente inofensivas, podem traumatizar. A família deve estar sempre atenta às possíveis situações de bullying, seja na escola, seja na vizinhança. Observar como crianças e jovens interagem e suas reações no cotidiano. Os pais que dialogam com os filhos poderão lhes dizer como agir em situações adversas, como controlar suas emoções.
Na escola – É grande o número de alunos atingidos pelo bullying no ambiente escolar. Calcula-se que um em cada cinco jovens diverte-se agredindo física ou verbalmente seus colegas, preocupando pais e professores. São dados fornecidos pela Pesquisa Nacional da Saúde Escolar –Pense, em 2013. De acordo com a pedagoga Cleo Fante, pesquisadora da violência nas escolas brasileiras e autora de vários livros, “é um equívoco dizer que o bullying é uma brincadeira, e que os alunos podem superá-la sozinhos. Estamos falando de uma forma de violência deliberada.” “O aumento da agressividade entre adolescentes preocupa e angustia os pais e todos que, de modo direto e indireto, lidam com os jovens” escreve a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. E, no seu livro Bullying – Mentes Perigosas nas Escolas (Editora Objetiva 2010), acrescenta: “Atualmente, ele já é definido como um problema de saúde pública e, por isso mesmo, deve entrar na pauta de todos os profissionais que atuam nas áreas médica, psicológica e assistencial de maneira mais abrangente”.
Agredidos / Agressores – Por inúmeras vezes, o agredido não sabe lidar com a situação, ou ainda teme reagir e sofrer mais agressões. Geralmente, a humilhação provém de alguma imperfeição apresentada pela vítima nos aspectos físico, cognitivo ou comportamental. A estratégia do agressor é desqualificar o outro naquilo que a própria vítima sabe estar em desvantagem. O agressor não se sente culpado pelos seus atos. Sente prazer. Mas ele também é vítima de suas atitudes inconsequentes.
Parceria – pais e professores – É importante que a família procure a escola para que se estabeleça uma parceria. É preciso que troquem informações, busquem soluções em conjunto. Agredidos e agressores estão em situação de conflito. Ambos necessitam de ajuda e, por vezes, de encaminhamento a outros profissionais.
Sinais comportamentais – São diversos os sinais apresentados pela vítima do bullying, tais como: falta de interesse pela escola, resistência para ida às aulas, necessidade de isolamento, rendimento escolar insatisfatório, baixa autoestima, dificuldade para dormir, falta de apetite, e tantos outros. Os adolescentes podem dar início ao consumo de drogas ou bebidas alcoólicas, mostram-se arredios e, por vezes, cabisbaixos, sem motivo aparente.
Papel da escola: O professor geralmente presencia o bullying, e, por vezes, se omite. Todavia, cabe a ele interferir e falar sobre o acontecido, tanto para a vítima como para o agressor, demonstrando seu interesse na solução do problema. Os demais funcionários que trabalham na escola também podem ajudar, considerando-se que, pelo convívio diário com os alunos, aprendem a conhecer os diferentes comportamentos.
Cyberbullying: Uma pesquisa mostrou que a violência praticada nos meios virtuais já é mais frequente que o bullying presencial. Um dos motivos é a facilidade de veiculação nas redes sociais. Permite que estejam mais conectados, e por tempo ilimitado. São textos e imagens ofensivas que repercutem rapidamente, impossibilitando, por vezes, ao agressor e ao agredido o direito de defesa.
Alunos brincam, divertem-se na escola, tornando o ambiente acolhedor. Crianças brincam no play, na vizinhança. Brincadeiras propiciam integração, companheirismo. Para que uma atitude seja considerada bullying deve apresentar características como: intenção de provocar dano, persistência nas agressões, exibição de poder. Faz-se necessário, portanto, um permanente estado de alerta, principalmente por parte dos professores e dos profissionais de ensino, uma vez que estão próximos a agredidos e agressores, o que possibilita uma ação mais imediata, mais eficaz.